Por Gabriel Araújo
SÃO PAULO (Reuters) – O Google, unidade da Alphabet, concordou pela primeira vez em comprar créditos de remoção de carbono baseados na natureza de uma startup brasileira, seu primeiro envolvimento com projetos de carbono no país sul-americano.
O Google comprará 50.000 toneladas métricas de créditos de sequestro de carbono de Moçambique até 2030 em terras degradadas de agricultores e pecuaristas ou de parceiros com eles para replantar espécies nativas na floresta amazônica, disseram as empresas na quinta-feira.
O Google, que já comprou créditos de emissões, segue a gigante tecnológica norte-americana Microsoft, que no ano passado assinou um acordo para comprar 1,5 milhão de créditos da Mombak.
A startup brasileira e o Google não divulgaram os termos do acordo. Em 2023, quando os créditos foram vendidos para a McLaren Racing, Mombasa tinha uma média de mais de US$ 50 por tonelada.
“O voto de confiança do Google é um sinal muito positivo para nós e para a indústria em geral”, disse Dan Harburg, diretor de tecnologia da Mombag, em entrevista, esperando que isso estimule mais negócios.
O anúncio ocorre no momento em que empresas e autoridades se reúnem em Nova York este mês para a Semana do Clima anual.
No início desta semana, o proprietário do Facebook, Meta, concordou em comprar 3,9 milhões de créditos de compensação de carbono do braço florestal do banco de investimento brasileiro BTG Pactual.
Google, Microsoft, Meta e Salesforce são cofundadores da chamada Symbiosis Coalition, que se compromete a comprometer até 20 milhões de toneladas de créditos de remoção de carbono baseados na natureza até 2030.
As compensações de carbono permitem que as empresas compensem as emissões de gases com efeito de estufa, pagando por medidas para reduzir as emissões noutros locais, para cumprir as metas climáticas corporativas. Cada crédito reduz uma tonelada de emissões de dióxido de carbono.
Os críticos dos mercados de compensação de carbono, incluindo o Greenpeace, dizem que eles permitem que os emissores continuem a emitir gases com efeito de estufa.
(Reportagem de Gabriel Araujo; edição de David Gregorio)